breve alegria e longas odisseias
Plantas

breve alegria e longas odisseias



A lua ignora que é tranquila e clara
E não pode sequer saber que é lua;
A areia, que é a areia. Não há uma
Coisa que saiba que sua forma é rara.
As peças de marfim são tão alheias
Ao abstracto xadrez como essa mão
Que as rege. Talvez o destino humano,
Breve alegria e longas odisseias,
Seja instrumento de Outro. Ignoramos;
Dar-lhe o nome de Deus não nos conforta.
Em vão também o medo, a angústia, a absorta
E truncada oração que iniciamos.
Que arco terá então lançado a seta
Que eu sou? Que cume pode ser a meta?

Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"




- O Que Não Daria Eu Pela Memória
(...) O que não daria eu pela memória De que tu me dissesses que me amavas E de não ter dormido até à aurora, Dissoluto e feliz. Jorge Luis Borges, in "A Moeda de Ferro"...

- O Meu Alimento é Todas As Coisas
(...) Tenho de louvar e de agradecer cada instante do tempo. O meu alimento é todas as coisas. O peso exacto do universo, a humilhação, o júbilo. Tenho de justificar o que me fere. Não importa a minha felicidade ou infelicidade. Sou o poeta. Jorge...

- O Som Da Música E Mais Nada
Que seja o fim. Que Deus escreva agora um zero Defronte do meu nome. E fique, então, cerrada A porta... Mas se ainda perguntar se quero Alguma coisa mais? Só música e mais nada. Que interessa o que vai por esse mundo? As mansas Nuvens corram no céu...

- Eu Sei Exactamente O Que é O Amor
Jardins de Serralves, Setembro 2007 fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor. eu sei exactamente o que é o amor. o amor é saber que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer....

- A Solidão Da árvore Sozinha
Breve Sonata em Sol [UM] (Menor, Claro) A solidão da árvore sozinha no campo do verão alentejano é só mais solitária do que a minha e teima ali na terra todo o ano quando nem chuva ou vento já lhe fazem companhia e o calor é tão triste como...



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