E ao anoitecer
Plantas

E ao anoitecer




e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia


Al Berto




- Como A Nómada Solidão Das Aves
(...) pressinto o aroma luminoso dos fogos escuto o rumor da terra molhada a fala queimada das estrelas é noite ainda o corpo ausente instala-se vagarosamente envelheço com a nómada solidão das aves já não possuo a brancura oculta das palavras e...

- Um Fardo Aos Ombros
É um fardo aos ombros o corpo, sem ti. Até o amarelo dos girassóis se tornou cruel. Não invento nada, na arte de olhar a luz é cúmplice da pele. Eugénio de Andrade...

- A Noite Onde Cresce O Teu Corpo Azul
Adulta é a noite onde cresce o teu corpo azul. A claridade que se dá em troca dos meus ombros cansados. Reflexos coloridos. Amei o amor. Amei-te meu amor sobre ervas orvalhadas. Não eras tu porém o fim dessa estrada sem fim. Canto apenas (enquanto...

- As Mãos Pressentem
As mãos pressentem a leveza rubra do lume repetem gestos semelhantes a corolas de flores voos de pássaro ferido no marulho da alba ou ficam assim azuis queimadas pela secular idade desta luz encalhada como um barco nos confins do olhar Al Berto...

- Rumor De Chuva Branca
Palácio da Pena, Sintra A pele porosa do silêncio agora que a noite sangra nos pulsos traz-me o teu rumor de chuva branca (...) Eugénio de Andrade...



Plantas








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