O que é que nos pode fazer continuar nesta luta, um pouco utópica e quixotesca, em favor das árvores? Histórias como a que se segue, por exemplo...
Na edição do passado dia 30 de Dezembro da revista Pública, suplemento dominical do Público, foram publicados relatos na primeira pessoa de vários leitores do jornal. Não relatos quaisquer, mas pequenas histórias que ilustraram de forma resumida, o que de importante aconteceu a cada um dos leitores durante o ano que agora findou.
O leitor A. José Carmo decidiu falar de árvores:
Partimos às seis
"Seria, com certeza, um dia diferente. Despertámos cedo e partimos às seis horas, de um dia frio, mas com a promessa raiada de uma manhã solarenga.
As crianças arrastaram-se para os lugares no carro. Fizeram-se ouvir os protestos de quem é arrancado da cama e do sossego domingueiro a esta hora madrugadora. Também a paisagem foi acordando durante a viagem, estendendo-se na dianteira do carro e oferecendo um espectáculo revigorante.
Chegámos cedo ao Covão d'Ametade na Serra da Estrela e, assim, enquanto esperávamos, fomos observando nas pessoas que chegavam, o brilho contagiante de quem se prepara para fazer algo de marcante. Trepámos à Serra, ou melhor, à Candeeirinha e todas aquelas mãos se envolveram no plantio dos carvalhos.
Os meus filhos rejubilavam e, de tempos a tempos, diziam-me quantos carvalhos já tinham plantado e apontavam-me os locais especiais que tinham escolhido para cada um deles. Plantámos muitos carvalhos, mas foi especialmente a sementeira deste sentido do exercício da cidadania, partilhada com a minha família e com estes concidadãos, e concretizada por este pequeno contributo para o futuro da Serra da Estrela, que tornou este dia do ano de 2007 verdadeiramente singular". A. José Carmo
Obrigado José. Pelas árvores e pelo texto.