Outono
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Gosto de passear pela Baixa de Lisboa, ao fim da tarde, quando chegam os dias de Outono e a temperatura já não é tão “convidativa”. Sempre tive melhor relação com o frio do que com o calor, mesmo quando as mãos me ficam roxas e as orelhas geladas. Desde jovem que associo o Outono à ideia de “fim de tarde”, o momento ideal para a reflexão, de preferência numa esplanada com vista para a cidade ou para o rio. Esse tempo que antecede a noite, o espaço da nossa vida que mais decisões vê nascer. Há muitos anos atrás, escrevi numa tela o seguinte: “A noite é propícia ao acto criador e ao suicídio. Está provado”. Se nesse momento não o sabia, muito menos o sei agora, mas parece-me que estes pólos opostos a que me referia, o acto criador e o suicídio, são ambos frutos de uma elaboração intelectual, de prazer ou de desespero, de descoberta ou de depressão, de perplexidade ou de sofrimento.
Pensar, tal como acreditar, “é um acto de coragem” e só assim se chega a algum lado que é, tantas vezes, lado nenhum, um beco, uma praça ou um pequeno quarto, com pequenas caixas debaixo da cama.
Pensar é a única forma de crescermos e de descobrirmos quem somos, mesmo correndo o risco de que essa descoberta se revele pouco lisonjeadora. É um facto de que geralmente temos de nós próprios uma imagem quase imaculada, porque pensamos ter sempre razão e nos desculpamo com uma facilidade incrível, enquanto os outros ou não têm mesmo razão ou não deveriam ser tão severos para connosco.
Mas que fazer quando descobrimos que a auto-comiseração e a exacerbada auto-imagem tomaram na nossa vida uma parte maior do que alguma vez julgaríamos?
Negamo-lo? Claro que não! Há caminhos que só têm um sentido e o caminho da descoberta é implacável. Pensar é arriscado, mas não pensar é mais arriscado ainda!

(era para ter falado apenas do “Outono”, mas as palavras são como as cerejas!...)





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