Plantas
para medir o tempo de uma vida
(...)
Não sei bem acordar vivo destas coisas:
aproveito o ruído do entardecer e grito muito alto
deixo-te um instante só (um instante só)
para fechar os olhos que tanto ardem
ou atiro das margens folhas ao rio
para medir o tempo de uma vida
a naufragar
José Tolentino Mendonça
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Alguém Que Apenas Nos Olhou
Perdemos repentinamente a profundidade dos campos os enigmas singulares a claridade que juramos conservar mas levamos anos a esquecer alguém que apenas nos olhou José Tolentino Mendonça...
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Ao Vento Contínuo De Deus
(...) Nas vagas recordações a orla de uma alegria que ninguém viu os insignificantes flutuam ao vento contínuo de Deus (...) José Tolentino Mendonça in "A noite abre meus olhos" ...
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As Divindades Do Bosque
(....) Mas o vento é um invasor impiedoso destrona as divindades do bosque José Tolentino Mendonça...
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Tu Sabes
Quietos fazemos as grandes viagens tu sabes só a alma convive com as paragens estranhas (...) José Tolentino Mendonça...
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Revelação
Meu o ofício incerto das palavras a evocação do tempo o recurso ao fogo Meu o provisório olhar sobre este rio o fascínio consentido das margens sitiando a distância Meus são os dedos que em tumulto modelam capitéis de sombras e arestas Mas oculto...
Plantas