O observatório astronómico anda tonto
das estrelas se infiltrarem nos seus tectos,
e os pássaros quedos em céus incorrectos
apodrecem e voam certeiros ao encontro
do desamparo. Os gatos escrevem nomes
de namoros na dor rangida dos bambus,
como se furtiva se prenunciasse a luz
no soalho do crepúsculo. E as enormes
árvores do México e da Nova Zelândia
adoptam o aguaceiro para seu pranto
e têm saudades de avestruzes volantes.
Quero tanto sentar-me à janela, na ânsia
das buganvílias me tecerem um manto
de lábios e drogas e melros flamejantes.