A ignomínia
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A ignomínia



Pegando no mote dos Dias sem árvores, diria também que "...Há todavia certos factos perante os quais é uma vergonha o silêncio". (José Duarte de Oliveira Júnior,1876)



Deixo aqui as fotos tiradas por mim na N230; de facto, estar ali, perante aquele crime, não é o mesmo que ver as fotografias a centenas de quilómetros...






Nada de que não estivesse à espera, é o mesmo todos os anos; entretanto, compreendi finalmente que as árvores que são poupadas resultam, não de um acto de arrependimento, mas tão só e apenas de garantir que em próximos anos haja ainda exemplares para decepar.


Queria aproveitar para dar os parabéns a muitos dos donos das casas que aparecem nestas fotografias, por terem ficado com uma mais ampla visão da Cova da Beira; espero é que percebam o que vem como consequência, ou seja, dada a orientação das casas, acabam de ganhar Verões ainda mais escaldantes que se traduzirão num aumento exponencial nos custos com a refrigeração das mesmas.



Queria também aproveitar para desfazer alguns mitos; é que estas árvores, ainda que transformadas em zombies, irão continuar a produzir folhas (bem menos é certo) que entopem sarjetas e ramos mais frágeis e que, por este motivo, com maior facilidade serão arrancados pelo vento e espalhados na estrada. Para evitar estes dois males, de uma próxima vez, peçam à Câmara para fazer a todas o que fizeram a esta...




De pouco consolo me serve saber que este não é um problema exclusivo da Covilhã, mas de todo o país, pois poucas são as autarquias que nutrem algum respeito pelo património arbóreo do seu concelho e entregam a sua gestão a técnicos habilitados para tal.
Eu acrescentaria mesmo, que este é um problema cultural extensivo a toda a Península Ibérica; já tive a oportunidade de observar situações escandalosas na vizinha Espanha (em Béjar, por exemplo) e o blogue catalão Amics arbres · Arbres amics denuncia, com alguma regularidade, este tipo de situações. Outra coisa bem diferente se passa no norte da Europa...



Por cá, volto a relembrar, que qualquer cidadão pode propor uma árvore ou um conjunto de árvores, como sendo de interesse público, bastando para tal enviar o máximo de informação (fotografias e localização exacta são imprescindíveis) sobre a(s) árvore(s) para a Direcção-Geral dos Recursos Florestais (sugiro também a consulta do Portal do Cidadão).




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Poucas vezes tenho transcrito, na íntegra, o que outros escrevem. Mas, como disse José Duarte de Oliveira Júnior, há todavia certos factos perante os quais é uma vergonha o silêncio. Por isso, reproduzo o texto que o João Martins escreveu sobre...

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Chamo-me Pedro Nuno Teixeira Santos; tenho 33 anos e sou português; sou licenciado em Biologia e sou professor (e tenho orgulho nisso); não sou filiado em nenhum partido político, nem em nenhuma organização sindical; não estou ligado a interesses...

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