Plantas
A vez do Salar de Uyuni
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Foto: Paulo Zero |
Os automóveis são responsáveis por 18% das emissões de gás carbônico em todo o planeta, e levando em consideração a paixão que o ser humano tem por veículos e novidades automotivas, é mais fácil acreditar que serão desenvolvidas novas tecnologias para a produção de automóveis "limpos" do que achar, ingenuamente, que a maioria de nós passará a se locomover a pé ou de bicicleta nas próximas décadas.
É certo que os automóveis movidos a álcool poluem menos do que os a gasolina e muito menos do que os a diesel, mas a indústria automobilística tem apostado mesmo é no carro elétrico como saída para reduzir emissões de gases poluentes em todo o planeta, então...
Chegamos ao Salar de Uyuni, a maior planície salgada do mundo. Esse deserto de sal fica na Bolívia, a 3.600 metros de altitude, e é o fundo de um imenso lago salgado que secou a cerca de 40.000 anos. De tão liso e branquinho, o salar é usado pela Nasa para calibrar seus satélites de medição de altitude. A área, de aproximadamente 12.000 km² de extensão, tem profundidade de sal estimada em 120 metros e abriga metade de todo o lítio disponível no planeta.
Lítio é o metal mais leve que existe, e por causa de seu elevado potencial eletroquímico é a principal matéria-prima para a fabricação de baterias leves. O peso de uma bateria de lítio é um décimo do peso da bateria convencional, e isso torna possível a fabricação de notebooks leves, telefones realmente portáteis e carros elétricos, o que quer dizer que quanto mais a produção de equipamentos e veículos elétricos crescer, mais lítio será extraído do Salar de Uyuni e de outras reservas pelo mundo. Certamente essa atividade extrativista levará dinheiro e desenvolvimento à Bolívia e às outras regiões que abrigam o metal, o que é bom, mas encontrar intacta a paisagem acima será cada vez mais improvável. Reduziremos o consumo de combustíveis fósseis e consequentemente a poluição atmosférica, mas avançaremos no Salar de Uyuni.
A conclusão, depois de ler
Diário do clima, da jornalista Sônia Bridi, é de que estamos sim causando alterações irremediáveis no clima e na paisagem do planeta, e por mais que façamos esforços para reduzir o impacto da atividade humana, estaremos sempre estragando um lugar, um recurso ou uma paisagem em benefício de outra.
PS: a foto e alguns dados deste post foram retirados do livro Diário do clima.
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