Cambuci, a lição
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Cambuci, a lição


Meu primeiro contato com o cambuci aconteceu em 2010, quando ganhei alguns frutos e consegui fazer 98% das sementes germinarem. Se estivesse falando de pitanga, cuja semente germina até em rachadura de calçada, nenhuma novidade, mas o cambuci tem mil frescurites e fragilidades - detalhes que com certeza contribuíram para que a espécie entrasse na lista das árvores brasileiras ameaçadas de extinção. 

No ano seguinte, animadíssima com meus dedos verdes, postei aqui no blog um pedido de ajuda chamado Missão Cambuci. Era um convite para a empolgante missão de produzir o maior número de árvores da espécie. Quem quisesse participar poderia indicar a localização de pés de cambuci ou doar frutos, e a mim caberia o processo de beneficiamento das sementes, a germinação e o crescimento das mudas. Em troca, pés de cambuci ou outras espécies nativas frutíferas e ornamentais.

Hoje, assim como no ano passado, encerro as últimas semanas da segunda temporada de Missão Cambuci contabilizando um saldo mais do que positivo: muitas árvores, novos amigos, boas histórias pra contar e deliciosas surpresas.
De 2011 vieram a amizade e o carinho de Mari e Carmen, Vitor Lucato e da Rosana, e neste ano o círculo de amigos e colaboradores ainda cresceu, com Christian e Lucy, que doaram quilos e quilos de frutos podres e mais um tanto de maduros congelados para suco, os inestimáveis e animados Winfried, Cidinha e Daniel, que visitaram o viveiro e retribuiram me recebendo em casa com ótimo papo e lanchinho no fim da tarde, e o simpático casal Pathy e Ton, que me deixou sem palavras para agradecer. Depois de um dia puxado, de entrevistas de trabalho e muita chuva, os dois deixaram Ribeirão Pires às três da tarde e dirigiram por duas horas e meia para me trazer cambucis de cinco pés diferentes! Tivemos curtíssimas duas horas para nos conhecer e tomar um café com biscoistos e os dois já encararam a estrada novamente, para chegar em casa às dez da noite. E antes de ir deixaram aqui uma frase que ficou repetindo no meu ouvido: "pelo menos cumprimos nossa missão".

Pathy e Ton, as sementes foram extraídas dos frutos que vocês trouxeram,


foram misturadas com vermiculita para facilitar a semeadura,


esparramadas cuidadosamente sobre mesas de areia

 

e cobertas com terra, para manter a umidade. Também ganharam plaquinha com data, o nome de vocês e muita torcida.


Daqui a 60 dias teremos crianças despontando, com certeza.

E a sensação que fica é a de que essa interessante fruta ácida, de formato curioso e perfume tão gostoso, para mim se transformou numa lição. Reproduzi-la o máximo possível todos os anos jamais retribuirá todo o aprendizado e os momentos especiais que essa missão me proporcionou.
A todos os amigos e colaboradores que, junto comigo, curtem participar dessa brincadeira tão séria, um enorme OBRIGADA e até o ano que vem, no máximo!





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