Como evitar o ressecamento de vasos pendentes. Ou: usando a sacolinha plástica para o bem
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Como evitar o ressecamento de vasos pendentes. Ou: usando a sacolinha plástica para o bem



Nos objetos do jardim, sempre preferi materiais rústicos e naturais aos plásticos e artificiais. Sei lá, acho que eles têm mais a ver com plantas, natureza, com o "visual botânico", digamos assim. Apesar de já ter comprovado alguns benefícios dos vasos plásticos em relação aos de barro e os de fibras orgânicas, não consigo conviver com aquele visual preto brilhante e nem com os marrons que imitam barro.

Gosto mesmo quando aquele avermelhado da terracota vai ganhando manchas de umidade, e quando o xaxim e a fibra de coco ficam esverdeados de musgo. Tenho sempre a impressão de que ali se forma um micro-bioma, um ambiente cheio de vida espontânea que abriga seres microscópios que eu não vejo mas que estão interagindo com a minha planta. E estão mesmo.

Só que qualquer pessoa com um mínimo de prática com plantas já percebeu que tanto os vasos de barro quanto os de fibras naturais secam muito mais rápido que os de plástico. Se o tempo está quente, seco demais ou ventando, não há rega que dure. Você molha num dia e logo sua planta já te pede mais água. 

Isso acontece porque esses materiais são porosos e permitem que a umidade da terra vá embora facilmente. Às vezes, se estão secos demais, eles funcionam até como esponja, absorvendo a água que deveria ficar na terra, disponível para as raízes. Se você adora regar plantas, tem poucos vasos porosos ou muito tempo disponível, tudo bem. Mas se tempo ou disciplina são artigos raros na sua vida, é batata: suas consciência está sempre pesada porque suas plantas estão secas e não tão bonitas quanto poderiam estar. Assim era eu.

Mas um dia deu os "cinco minutos" e eu combinei comigo mesma que reformaria todos os vasos, trocando a terra antiga por uma novinha e adubada com húmus ou esterco e aproveitaria o embalo pra pintar todos por dentro com impermeabilizante. Falei sobre isso aqui.

Ainda estou nesse movimento, reformando aos poucos os muitos vasos de barro. Só na hortinha de temperos são quinze. No entorno da casa tem outros quinze, mais ou menos. Falta um tanto pra reformar mas tudo bem, é atividade relax, sem data marcada pra terminar.

Só que além dos de barro tenho mais quatro ou cinco de fibra de coco, pendurados, com plantas pendentes, e finalmente de um modelo que eu gosto. Meus preferidos de pendurar eram os de xaxim, feitos a partir do tronco de uma planta nativa do Brasil que se chama Dicksonia sellowiana - nome popular: samambaiaçú. Acontece que depois de muitos anos de extração descontrolada dessa planta, a comercialização dos vasos de xaxim foi proibida para evitar a extinção da espécie, já que para produzir os vasos mata-se o samambaiaçú e nunca houve a preocupação de plantios para reposição. Mas isso é história pra um outro post.

Diante da proibição do xaxim, começaram a aparecer no mercado outras opções de vasos de fibra natural, e certamente os que mais se estabeleceram foram os modelos feitos de fibra de coco. Existem diversas tecnologias de produção e diversos modelos de vasos, mas em todos os casos existe o mesmo problema de ressecamento da terra, assim como acontece nos vasos de barro. Só que os de fibra não dá pra pintar por dentro. 

A solução que encontrei foi forrá-los com uma sacolinha plástico, que faz as vezes da tinta impermeabilizante. Qualquer sacolinha serve, desde que não seja de plástico biodegradável, senão em alguns meses ela se decompõe. É importante encontrar uma sacolinha do mesmo tamanho ou um pouco maior que a parte interna do vaso, pra que a forração fique bem ajustada, e fazer um ou dois furos no fundo, pra que o excesso de água possa pingar para fora.


Neste caso minha primeira opção de sacolinha (na foto acima) ficou um pouco pequena, então acabei trocando por outra maior.


Primeiro abri a sacolinha dentro do vaso e depois cortei a parte das alças um pouco abaixo das bordas da fibra, pra que o plástico não fique aparecendo depois de tudo pronto.


Colocar um pouco de terra no fundo ajuda a fazer a sacolinha parar quieta no lugar. Assim fica mais fácil fazer o corte das beiradas.

Depois é só continuar com o jeito normal de montar vasos: um tanto de terra no fundo, o torrão com a planta e mais terra em volta e em cima para preencher todo o espaço. E assim você tem um vaso de fibra de coco que mantém a umidade da terra como um vaso de plástico. Bingo!

Obs: No caso de vasos pendentes eu não costumo fazer a camada de drenagem abaixo da terra (veja aqui), já que pelo furo do fundo a água pinga livre, sem obstáculos.




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