Grandes vasos leves
Plantas

Grandes vasos leves



Desde que comecei a usar vasos grandes, minhas plantas melhoraram e o visual da varanda e do jardim também. No quesito, digamos, ornamentação, percebi que vasinhos pequenos no chão não preenchem bem os espaços e sempre me deixam com a sensação de estar numa casa de bonecas, onde tudo é pequenininho e eu sou gigante. Sem falar que a planta fica confinada num pouquinho de terra que logo perde sua capacidade de nutrição, e aí só a adubação frequente salva.

Aos poucos comecei a investir em vasos maiores - de 40 a 60 cm de altura - e tudo foi ficando bem mais bonito. Mas continuei com um problema antigo e ganhei um problema novo: vasos de barro, meus preferidos, secam muito rápido por causa da porosidade do material. Isso eu já sabia. A novidade foi lidar com o peso dos grandões, que preciso arrastar uma vez ou outra para fazer faxina e quando quero mudar a localização deles na casa. Sem falar no trabalho que deram para entrar e sair do caminhão de mudança, há quase dois anos.

Daí me deu os "cinco minutos" e acabei planejando novos remanejamentos. Nos dias em que sobra um tempinho (e paciência, e disposição e vontade de reformar, reformar e reformar), escolho duas ou três plantas que precisam de uma garibada na terra e parto para o ataque. O primeiro passo é tirar tudo de dentro do vaso. Depois, com uma escovinha de tanque, lavo o barro por dentro até tirar todo o resto de terra e coloco no sol pra secar bem.

No dia seguinte, com o vaso bem seco, é a hora da impermeabilização com tinta asfáltica, dessas que se encontra em qualquer loja de material de construção. Ela fecha todos os poros do barro, impedindo que a terra seque muito rápido. O vaso acaba se comportando como se fosse de plástico e só perde umidade pelo furinho de baixo e pela evaporação normal que acontecem em cima, na superfície da terra.

Aplico Neutrol só por dentro, nas laterais e no fundo, sem muitas cerimônias nem preparativos porque ando meio sem paciência. Fiz um furinho no bico de plástico da tampa da lata e vou vertendo a tinta dali mesmo, nas paredes do vaso. Depois espalho com pincel. Nada de bandejinha, rolinho e outros apetrechos especiais. Tem que ser prático e rápido, senão acabo desistindo antes de fazer em todos.



Algumas vezes dei duas mãos, com algumas horas de intervalo entre elas. Em outras, pintei uma vez só e pronto. Vai servir como experiência, pra descobrir se faz diferença.

Depois da pintura, vem um jeito diferente de remontar o vaso. Antes eu colocava um pouco de pedras ou bolinhas de argila expandida no fundo, para a drenagem da água, depois manta de bidim ou uma camada de areia e enchia todo o resto do espaço com terra (se você não tem experiência com vasos, veja aqui os porquês). Mas aí quem aguenta mover o vaso de lugar?

Agora inventei um fundo falso nos vasos para plantas de pouca raiz, que não precisam de tanta profunidade de solo para se alimentar. É uma maneira de economizar terra e diminuir o peso total do vaso.


Na foto acima, ocupei 30 cm do fundo com latas e garrafas PET que tinha separadas para a reciclagem. Vale também colocar um vaso de plástico quebrado com a boca para baixo, ou uma lixeirinha velha, um baldinho estragado ou qualquer outra coisa que se possa resgatar do descarte. A ideia é não comprar nada e reaproveitar o que está sobrando. Só não use nada biodegradável que vá se decompor nos próximos 10 anos, senão um dia você será surpreendido com o desabamento da sua planta lá para o fundo do vaso.

Depois de resolvido o fundo falso é preciso criar uma base de sustentação da terra capaz de impedir que ela preencha os muitos vãos entre as latas. Isso vai manter o fundo leve e impedir que a terra saia pelo buraquinho de escoamento da água.

A Cuca tem certeza que manta de bidim é paninho de cachorro.
Foi difícil trabalhar com ela deitada em cima.


No vaso das fotos usei uma manta de bidim (manta acrílica para vasos) só porque tinha um retalho antigo em casa, mas também vale um fundo de balde que se ajuste bem, um retalho de cobertor velho, um pedaço de saco de ração de cachorro ou qualquer outro material que se possa moldar com facilidade para isolar as latas lá embaixo.

Daí em diante é o de sempre: terra de boa qualidade até quase em cima, depois ajeitar a base das plantas mais ou menos na altura da boca do vaso, e então completar o que falta de terra. 



Faltou explicar como é que se sabe quando uma planta não precisa de muita profunidade de terra, não faltou? Pois bem, é preciso observar e pesquisar, além de uma boa dose de bom senso.

Uma arvoreta, como uma pitangueira ou jaboticabeira, pode crescer feliz e até dar frutos num vaso grande, mas dê de presente a ela a maior quantidade de terra que puder e ela retribuirá com um bela produção. Além dessa questão da terra abundante para que ela possa se alimentar, é muito importante um vaso bem pesado para que o conjunto todo não tombe quando a árvore crescer, então vasos com fundo falso não são boas opções para arvoretas.

Pequenos arbustos e outras muitas formas de plantas ornamentais têm exigências variadas de espaço para suas raízes. Algumas querem profundidade e não ligam para largura, outras, como a maioria das ervas, querem se esparramar só no rasinho mesmo, então um bom ponto de partida é observar o vaso onde sua planta estava quando veio da loja ou a conformação das raízes quando você desfez seu antigo vaso para reformá-lo.

Na dúvida, garanta terra em pelo menos metade do volume dos vasos grandes, principalmente se sua planta já vivia bem num vaso menor, e observe como suas raízes se espalharam quando fizer os próximos transplantes e reformas.





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