Agricultura Familiar e Indígena |
Unidade líder: Embrapa Roraima Responsável: Jane Maria Franco de Oliveira Em Roraima a agricultura familiar tem sua estrutura produtiva concentrada, em sua maior parte, em áreas de floresta alterada. Áreas nesta condição, no Estado, abrangem 600 mil hectares. Nas características fundamentais, das unidades familiares de produção agrícola, inseridas neste contexto estão incluídos: baixo nível de escolaridade; acesso restrito a capital para investimentos; pouco conhecimento das tecnologias de produção e pouca capacidade para gestão e comercialização (Embrapa, 2005). A agricultura praticada nestes agroecossistemas fundamenta-se, sobretudo, no ciclo temporário de culturas anuais (milho, feijão, mandioca e arroz), e o traço marcante deste modelo de exploração é a baixa sustentabilidade econômica e ambiental das atividades. Questões emergentes, relacionadas com o padrão de desenvolvimento do setor produtivo na região Amazônica, apontam a necessidade de mudança nos padrões vigentes. Nesta perspectiva, a reorientação para o desenvolvimento em bases sustentáveis, pressupõe ações que impulsionem os investimentos em tecnologias inovadoras, que possibilitem qualidade, competitividade e sustentabilidade dos recursos naturais renováveis. Espera-se que os planos traçados, para este direcionamento, promovam a renovação tecnológica das atividades econômicas combinando controle, monitoramento e difusão de tecnologias inovadoras e adaptadas. São esperados, também o desenvolvimento e a implantação de novas atividades de valor econômico e elevada sustentabilidade ambiental, nos quais a Amazônia tem elementos diferenciadores das demais regiões do país (MIN, 2003). A agricultura orgânica tem ocupado papel de destaque nos debates recentes das inovações tecnológicas direcionadas para o manejo e desenho de agroecossistemas sustentáveis. A viabilidade da mudança de padrão tecnológico da produção familiar tem forte aderência com a utilização dos princípios da agroecologia. Isto decorre, em parte, pela estrutura de produção diversificada que marca as atividades agrícolas familiares e que assegura bom nível de complexidade para esta abordagem (Assis, 2006). Em Roraima desde 2005, sob a coordenação do SEBRAE/RR, teve início o projeto Horticultura Orgânica, com objetivo de promover a produção orgânica de frutas e hortaliças, em áreas situadas no entorno da capital Boa Vista. Atualmente o projeto assiste dezessete agricultores, integrados na associação Hortivida, que comercializam a produção em feira semanal no bairro residencial Caçari, em Boa Vista/RR. Esta atividade tem caráter inovador no Estado e alguns problemas têm sido identificados, tais como baixo conhecimento técnico sobre o tema em questão; fragilidade de organização social dos agricultores inseridos no projeto; inexistência de insumos orgânicos no mercado local e carência de assistência técnica. Resultados de pesquisa em agricultura orgânica no Estado são poucos e resultantes de iniciativas de produtores locais. A realização de pesquisas com utilização de insumos orgânicos (diferentes fontes); utilização conjunta de fertilizantes químicos e orgânicos (visando a transição da agricultura convencional para orgânica); utilização de plantas de cobertura do solo (leguminosas); manejo de culturas de interesse econômico (arranjo espacial, rotação e consorciação); avaliação de fontes alternativas de controle de pragas e/ou doenças deverá contribuir para a consolidação da tecnologia da produção orgânica familiar no Estado. FONTE: http://www.cpafrr.embrapa.br/embrapa/index.php/br/projetos-de-pesquisa/todos-os-projetos/97-agricultura-familiar-e-indigena/94-cultivos-alimentares-para-agricultura-familiar-producao-organica-e-manejo |