Salvem as árvores da minha cidade - Parte III
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Salvem as árvores da minha cidade - Parte III


O Bairro do Rodrigo já teve, e custa muito conjugar o verbo no passado, um conjunto de tílias notáveis...um dia chegou-lhes a hora, que é como quem diz, chegou-lhes a poda...Até as duas que davam sombra à Escola Primária do Rodrigo, onde estudei e onde ainda voto (bem como o nosso actual Primeiro-ministro), sucumbiram...debaixo dos seus ramos despidos brincávamos, no Inverno, imitando os nossos heróis da "Galactica" e atirávamos bolas de neve, numa altura em que os nevões ainda faziam parte da paisagem covilhanense...de Verão, trepava-se às tílias para colher a flor que se vendia nas farmácias (sim, eu ainda sou do tempo, em que a tília não se comprava, já embalada, nas prateleiras de supermercados).
















A pouco e pouco, foi-lhes chegando a moto-serra, e hoje sobra apenas uma...uma só, a resistente...Arrisco dizer que pertence à espécie Tilia tomentosa Moench, e é um exemplar saudável, com uma copa ampla, uma árvore perfeitamente harmoniosa, à qual ainda ninguém se atreveu a amputar a beleza e a dignidade.







E é para esta árvore que peço, à Junta de Freguesia da Conceição e à Câmara Municipal da Covilhã, a misericórdia de a pouparem ao tratamento vergonhoso que deram às restantes tílias do bairro!





Até as tílias, ainda novas, plantadas na Rua Ferreira de Castro (perto da Rua Mateus Fernandes), já levaram neste Inverno passado um "tratamento correctivo"...penso que neste, como noutros casos, o que afligiu os funcionários camarários, foi a possível interferência com a iluminação pública!
Aliás, enquanto tirava estas fotografias, houve um habitante do bairro que me interpelou, perguntando-me se eu trabalhava para a EDP. Na opinião deste habitante, a tília (podada) que tem à frente de sua casa já começa a interferir com o poste de iluminação pública e por isso a queria (ainda mais) podada...ele bem me disse que não a queria cortada, apenas um pouco mais amputada! De facto, não lembra a ninguém que as árvores cresçam em altura, isto só traz é aborrecimentos...

Esqueci-me foi de perguntar aos irlandeses, enquanto por lá estive no Verão passado, e onde as árvores cresciam livres, como é que eles faziam para compatibilizar as duas coisas, árvores e iluminação pública! Mas também não se pense que isto da podite é exclusivo luso, pois ainda no ano passado, na cidade de Bejar (Salamanca), pude ver que num jardim bem no centro da cidade, esta "virose" também por ali tinha atacado! Curiosamente, em Sevilha, pareceu-me terem um respeito bem maior pelas árvores...talvez por aí compreenderem bem o quanto vale uma sombra...verde!




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