JPM2 - Vinhos Brancos
Plantas

JPM2 - Vinhos Brancos


"Enxoval que não vai com a noiva..."

Quanto mais tempo passa sobre o acontecimento "2ªSessão", menos impetuoso é o discurso. Vou assim tentar, antes de que chegue a Sessão nº3, contar um pouco do que sucedeu na passada terça-feira.

Desta vez, provámos uma "catrefada" de vinhos, desde o "muito bom" até ao "isto não, por favor!". Logo de início foram-nos servidos três vinhos: o Muros Antigos - Alvarinho 2005, o Antão Vaz - Varietal 2004 e o Castelo Alba Reserva


Os vinhos ficaram ainda algum tempo nos copos, à nossa frente, não só porque havia muito para falar sobre o modo de produção do vinho branco, mas também porque foram servidos a 4º e idealmente deveriam ser bebidos a 6º (para disfrutar em pleno de alguns vinhos, convém ter um termómetro que, segundo o JPM mencionou, custa quase nada!)
O Vinho branco tem dois inimigos naturais: a falta de higiene nas barricas ou nas cubas (inox) e a oxidação, que afectam as duas mais importantes características do vinho - o teor alcoólico e a acidez. Para a sua produção utiliza-se em exclusivo a polpa do bago de uva, embora, para que o aroma e a cor sejam sejam enriquecidos, algumas vezes se deixe em maceração pelicular, ou seja, a polpa fica em contacto com a película do bago apenas e durante algumas horas.
As leveduras (organismos neutros, que se apropriam e actuam sobre o açúcar do mosto) aumentam o calor e geram gás carbónico (anidrido de carbono) que, sendo mais pesado do que o ar, permanece numa zona por cima do mosto e que foi já responsável por muitas intoxicações e quedas, com morte certa, em "depósitos" de fermentação. Quando o mosto permanecia nos antigos lagares e fermentava ao ar livre, o anidrido de carbono permanecia "dentro dos muros do lagar", pois era deixada sempre uma "zona / altura" de protecção, que o impedia de "descer" até ao solo e aí ficar, se não houvesse qualquer tipo de arejamento.

Relativamente ao acto "prova", é muito interessante perceber que aquele "palavreado" todo de fruta assim e de compota assado, madeiras novas e outras tantas características que dizem encontrar nos vinhos, tem toda a razão de existir (está bem... há quem exagere mesmo e encontre aromas de souflée de champignons, com raspas de tangerina da Etiópia! ehehhehehe)
Agora a sério... Para se sentir os aromas existem duas zonas de "cheiro", uma acima do rebordo do copo, que é a zona de delicadeza, onde se encontram os aromas florais e de frutos, para além de se conseguir notar que o vinho não está em condições de se beber (quando se detecta um cheiro parecido ao da "cola de contacto" - statetil(?), que não é detectado quando se coloca o nariz dentro do copo!)

A acidez do vinho (mais importante e notada nos vinhos brancos) parece-nos mais forte se bebermos o vinho sem acompanhar com qualquer alimento e é o elemento responsável pela duração de qualquer vinho, fazendo-o candidato à cave!
Quando se agita o copo (com vinho dentro, é claro ;)), provoca-se uma maior oxigenação e consequente libertação de aromas: Essa é a melhor ocasião para tentar perceber que tipo de vinho temos à nossa frente!
Deve-se levar o nariz ao copo, vagarosamente, para poder usufruir das duas zonas de aroma. A segunda, sobre a qual nada referi, é a zona do aromas fortes, das madeiras, das compotas e até de alguns aromas "menos simpáticos", de uma espécie de apodrecimento de frutos.

Podemos ainda, já com o vinho na boca e através de um processo de retroaspiração, fazer com que os aromas surjam por detrás da cavidade nasal e encontrar assim nova "adjectivação" para o vinho. Este processo deve ser treinado em casa ou corremos o risco de "vaporizar" alguns ou todos os parceiros de mesa com um Vinhel Nº5!



Provamos também um Quinta do Cidrô 2003 (estágio em barrica), Douro Chardonay, que é muito bom para beber com queijos de pasta mole ou pratos de peixe com qualquer molho à base de natas.
Um Quinta do Cabriz 2000 - Escolha Virgílio Loureiro, um vinho precocemente evoluído
e um Paço de Teixeiró 2002, Alvarinho/Loureiro, com indução maolática*


*Fermentação Malolática ou 2ª Fermentação.
(Acontece com 20º de temperatura ambiente)
Quando os vinhos são engarrafadosdemasiado cedo, essa fermentação dá-se dentro da garrafa e faz com que o gás aí se acumule, dando a sensação, ao abrir, de que tem gás natural.


Ainda falámos da Colagem (processo que faz com que as matérias em suspensão se depositem no fundo da barrica e que era feito com claras de ovo batidas, para criar uma espécie de véu que filtrava o vinho fermentado)
Uma das razões de se utilizar tanta gema de ovo na doçaria conventual, deve-se ao facto de os produtores de vinho utilizarem as claras e oferecerem as gemas para os conventos!

Para além de um Bucelas Colares Reserva, provámos um belíssimo
Estremadura - Vindima Tardia

No final provámos um vinho verde Quinta de Penela 2004 de que não fiz nota alguma...


(Hoje, dia 22, será dedicado aos tintos. Espero não demorar tanto tempo a relatar o evento! ;))




- Hoje, Cozeu-se O Pão E Provou-se O Vinho Novo.
Uma das coisas de que gosto, passa por recordar sabores e aromas do passado, e foi exatamente o que fizemos hoje, em Alcantarilha.O dia começou com o amassar do pão feito com fermento caseiro e, quando chegou o momento de dar forma à massa, houve...

- Verborreia
Hoje foi dia de prova de vinho. Fomos presenteados com este "Quinta do Carmo", um vinho com mais de 40 anos, que manteve um sabor "exquisit" (requintado), embora acusando já o tempo que por ele passou. Tratou-se de um acto de generosidade, por parte...

- Jpm4 - Vinhos Licorosos
Botytris, sabem o que é? Pois é, iniciámos hoje a prova com um vinho licoroso (é importante notar de que nem todos os licorosos são doces!...) que tinha botytris na sua composição. (voltámos a prová-lo duas horas depois, a uma temperatura bem...

- Jpm1
Copos Riedel Foi bastante interessante esta primeira sessão do Curso de Iniciação às Provas de Vinho. O João Paulo Martins (JPM), para além de (reconhecidíssimo) Enólogo, é também um óptimo comunicador e possui a humildade dos grandes. Provou-se...

- Iniciação
Este ainda não é o post sobre Suculentas, que prometi à Ana Ramón, mas não deixa de ter algum "suco"! ;) Nos próximos dias 15, 16, 22 e 23, irei frequentar um "curso" de iniciação ;) de provas de vinho, ministrado pelo conhecido enólogo João...



Plantas








.